Em desejo possuída
se joga,
se rasga, se estraga
contra os móveis, sobre as plantas,
entremuros, se vê fera,
se faz cadela,
se morde serpente,
ferida em seu desvario
no mais escondido recanto do seu bem-querer,
no seu coração perplexo e ávido
que ela desfibra devagar.
(R. Fontenelle)
(R. Fontenelle)
Um comentário:
Toco-te aqui
E toco-te ali...
Toco aonde eu não esqueci...
Dedilho a musica divina,
Do prazer que te faz sonhar...
Qual cego lendo braille,
Leio teus desejos,
Mapeio dedo a dedo,
Esse corpo meio de sonho,
Meio dádiva infernal...
Armadilha de carne e fogo,
Onde queimo meu desejo.
E logo a chama arde forte,
E não há mais tempo,
Não há mais morte!
Perco o Sul e viro a Norte!
Ardeu a pauta da sinfonia,
Mas há esta quente sintonia,
E sei bem a musica de cor...
É a musica do amor...
E se há alguma luxúria
Não há amor sem loucura,
Não há paixão sem desejo,
Não há amor, sem um beijo!
E NÃO tem “fera” que não se domestique… rss
bjoca
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