quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Sinto em meu corpo

Sinto em meu corpo sua língua.
Que me arde como se fosse um chicote de fogo.
E mesmo que eu não queira me induza jogar o seu jogo.
Me entorpece os sentidos, abafa-me os gemidos até provocar o meu gozo.
Que poder é esse? Que sedução devassa, é essa que sinto sempre que você me abraça?
Só de lhe ver me arrepiaa pele, em choques térmicos.
E me rendo pacífica aos seus desejos hipotéticos.
Me excita e me choca a sua ousadia.
Mas sempre mais e mais, como num crescendo, embarco na sua fantasia.
E quando entregue aos nossos devaneios sentindo em meu corpo os seus meneios, nada mais importa.
Abrimos do desejo as portas, simplesmente porque você é meu homem e eu... sou sua mulher...
(A.V.)

Desejo

Vem...
Que te espero... nua...
Não mais ha lugar para o pudor...

Vem...
que te quero, nu...
Fecha-me os olhos com teus beijos,
faz-me sonhar com teus desejos...
Faça-me mulher com teu ardor...

Vem...
Que quero agora
acariciar teu corpo levemente,
beijar-te os lábios, sofregamente...
Sugar tua seiva com minha
boca quente...

Deixar-me penetrar por teu furor...
Vem...
que sou mulher,
te quero homem,
vem...
deixa-me viver esta fantasia
de amor...
(Asta Vonzodas)

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Dragões e Princesas


Pensamos que, às vezes, não restou um só dragão.

Não há mais qualquer bravo cavaleiro, nem uma única princesa a passear por florestas encantadas.

Pensamos, às vezes, que a nossa era está além das fronteiras, além das aventuras. Que o destino já passou do horizonte e se foi para sempre.

É um prazer estar enganado.

Princesas e cavaleiros, encantamentos e dragões, mistério e aventura... não existem apenas aqui e agora, mas também continuam a ser tudo o que já existiu nesse mundo.
Em nosso século, só mudaram de roupagem. As aparências se tornaram tão insidiosas que as princesas e cavaleiros podem se esconder uns dos outros, podem se esconder até de si mesmos.

Contudo, os mestres da realidade ainda nos encontram, em sonhos, para nos dizerem que nunca perdemos o escudo de que precisamos contra os dragões; que uma descarga de fogo azul nos envolve agora, a fim de que possamos mudar o mundo como desejarmos.

A intuição sussurra a verdade!
Não somos poeira, somos magia!
Feche os olhos e siga sua intuição.

(Richard Bach, in A ponte para o sempre)